Assim como cada vez mais cedo tem se dado o primeiro contato de crianças com a tecnologia, a criação de perfis em redes sociais por este público também vem se antecipando. De acordo com a pesquisa TIC KIDS do Comitê Gestor da Internet no Brasil, 63% das crianças com idades entre 9 e 10 já possuíam perfil em redes sociais em 2016. Em 2015, nessa mesma faixa etária, a porcentagem era de 43%.

Opa, opa, opa!!!! Peraí!! Existe uma previsão expressa de classificação indicativa nos termos de uso destas aplicações, não? Sim, existe e ainda assim, com ou sem o consentimento dos pais, crianças estão criando seus próprios perfis e interagindo “tranquilamente” neste vasto e desmurado universo independente da idade faz muito tempo.

Mas como proibir? Aliás, por que proibir? Plataformas como Snapchat, Instagram, Musical.ly, além dos próprios Facebook, WhatsApp e YouTube, além de divertidos podem ser úteis. Pois é, mas características como: poder de disseminação e perpetuidade, assim como em um primeiro momento, na internet qualquer um pode se fazer passar por qualquer um, devem ser sempre lembradas, ou melhor, jamais esquecidas.

Pesquisa realizada com 192 crianças de 10 a 14 anos justifica a preocupação, na medida em que 40 por cento declarou conversar e se conectar com estranhos, 53% revelaram seu número de telefone a algum estranho, e 15% tentaram se encontrar com o estranho que elas conheceram online. A pesquisa foi feita pela Center for Cyber Safety and Education, em parceria com (ISC)² – Julho de 2015.

Apesar de, por vezes muito divertidas, redes sociais estão longe de equipararem-se a parquinhos de diversão. Definitivamente, internet não foi feita pra criança.

Ademais, convenhamos, orientar para que perfis em redes sociais não sejam criados contrariando a classificação indicativa constante do termo de uso, vai além das preocupações com relação às interações estabelecidas, já que estamos falando de regras, normas que precisam ser obedecidas, seja para uso das mídias sociais ou qualquer outra coisa na vida.

Pois bem, uma vez que o jovem possui a idade “adequada” para ter seu próprio perfil, não adianta proibir, pelo contrário. O uso ético, seguro e responsável deve ser incentivado pela família. Conceitos como: o valor da privacidade e segurança devem estar claramente compreendidos, assim como o alto preço que pode custar sua demasiada exposição na web.

Este anseio desenfreado que pessoas (não só crianças e adolescentes) possuem por receber curtidas é uma preocupação. A internet, sobretudo as redes sociais, hoje bem representam uma forma de se obter a tão almejada aprovação, característica inerente ao ser humano. No entanto, este mesmo ambiente propicia a “vantagem” do indivíduo moldar-se a expectativa do expectador, o que o faz deixar de ser quem realmente é, e pior, extrapolando na exposição e sofrendo as consequências quando replicadas negativamente.

Em 2016 foram 301 casos de denúncias por vazamento de conteúdo íntimo, segundo a Safernet, e em 2013 eram 101, 48,9% eram jovens com menos de 25 anos de idade.

A internet é ótima, assim como todas as inovações que acompanham esta fantástica evolução, mas somente seremos favorecidos se dela aprendermos a tirar o melhor e mais seguro proveito.

Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades (Stan Lee – Tio Ben – Homem Aranha).

Por Alessandra Borelli

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