Quando procuramos qualquer atividade extracurricular para nossos filhos, somos apresentados aos benefícios de se investir na parte cognitiva desde a infância. Isso acontece porque de fato é comprovado que crianças apresentam uma facilidade maior em fixar conteúdos e aprendizados nos anos iniciais.
Quem nunca se espantou com a rapidez que uma criança aprendeu uma segunda língua ou um conceito matemático, certo? Isso é o resultado de um ensino lúdico passado para eles enquanto estão na fase de descobertas e questionamentos.
Muito se fala das atividades esportivas ou no estudo de línguas como estimulantes para o desenvolvimento mental e motor. Porém, pouco se discute sobre a importância de investir na educação financeira infantil.
Por esta razão, preparamos um conteúdo completo para você entender o que é, a importância e formas para ensinar sobre finanças.
O que é a educação financeira infantil?
Normalmente, a preocupação com dívidas, investimento e economia aparecem somente quando o seu relacionamento com o dinheiro já se tornou um problema. Existem formas de fazer com que isso não aconteça com seu filho ou filha.
Basicamente, a educação financeira infantil é o ensino sobre consumo, metas, sonhos e investimentos, com o intuito de criar a relação entre criança e dinheiro em algo saudável.
Embora o conceito pareça complexo para a cabecinha de uma criança, vale lembrar que a infância é o momento perfeito para despertar interesses diversos, introduzindo conhecimentos que terão resultados positivos futuramente.
Qual a melhor fase da infância para aprender sobre finanças?
A melhor fase da infância para aprender sobre finanças é a segunda, conhecida também como o período dos “Porquês”, em que nossos pequenos têm entre 3 e 6 anos.
As crianças são apresentadas e colocadas em um mundo de experiências, onde tudo é novo. Portanto, a tendência é que elas perguntem muito sobre absolutamente tudo, sendo um fator determinante para a construção de conhecimentos a longo prazo.
Qual o objetivo da educação financeira infantil?
O objetivo principal do ensino sobre finanças é ensinar o valor do dinheiro para os pequenos, visando garantir um futuro financeiro seguro para eles.
Esse conhecimento pode ser apresentado a partir do momento que eles começam a aprender sobre os números, por meio de brincadeiras relacionadas a cenários que farão parte de seu dia a dia como adultos.
Qual a importância da educação financeira para crianças?
O Brasil tem um histórico grande quando o assunto é dívidas e problemas com a administração de dinheiro. Esse fato só comprova como os brasileiros, cada vez mais, necessitam ser mais responsáveis com suas finanças.
Ao introduzir os aprendizados por meio da educação financeira infantil, nossos filhos serão capazes de administrar e usar seus recursos de forma consciente em seus sonhos e metas.
Além disso, eles criam um senso de responsabilidade maior, reconhecem o valor da economia e aprendem na prática o conceito por trás do ditado “o dinheiro não cai da árvore”.
Com o objetivo de desenvolver essa autonomia e autogestão para um futuro próspero e feliz, a Happy Money é uma oportunidade para promover reflexões e favorecer a interpretação da relação pessoal e emocional com as finanças, baseado nas necessidades do mundo novo.
Como ensinar educação financeira para meu filho ou filha?
Sabendo todos os benefícios desse ensino, trouxemos algumas maneiras que você pode introduzir esse assunto na vida de seus filhos.
1. Fale sobre dinheiro com eles
Pode ser óbvio, mas muitos pais ou responsáveis evitam comentar sobre dinheiro com seus pequenos. Quanto mais transparente você for em relação às suas economias, melhor será o entendimento deles a respeito disso.
Nossas crianças nos veem como exemplos, portanto, todas as informações que passarmos para eles serão armazenadas em suas memórias.
2. Ensine a diferença entre necessidade e desejo
Um problema frequente entre as pessoas que tendem a consumir bastante é diferenciar o que é necessidade e o que é um desejo.
É importante que eles tenham consciência e saibam identificar o que é necessário. Para que isso seja possível, apresente a eles flashcards contendo categorias, como: comida, roupa, itens que ele não tem, livros, material escolar, aparelhos eletrônicos, decoração, serviços.
Pegue uma dessas cartas, por exemplo, a de comida, e faça perguntas como: “Quais os alimentos que você come diariamente?”, “Qual alimento é importante para te manter saudável?”, “Os doces e salgadinhos são necessários para te manter forte?”, “Quanto você acha que custa esses produtos?”.
O intuito é acessar o conhecimento de mundo deles e trabalhar sobre o que é importante para sua rotina e o que é supérfluo. Além disso, deixe claro que em algumas situações o supérfluo pode ser adquirido, porém, não deve ser uma ação impulsiva.
3. O conceito de recompensa
Muitos podem considerar essa técnica como tradicional, porém isso não anula sua eficácia. A recompensa é uma ótima maneira de desenvolver o senso de responsabilidade e valorizar o dinheiro vindo por meio de tarefas diárias.
Como introduzir esse conceito? Divida os trabalhos domésticos entre os membros da família e a cada afazer realizado, estipule um valor e o recompense. Desse modo, eles podem utilizar essa quantia recebida para guardar ou comprar algum item que ele queira muito.
4. Leve seu pequeno para o mercado
Quem lembra quando notas de dinheiro de mentira ou moedas eram consideradas o melhor brinquedo? Pois, você voltará no tempo e se divertir com o seu filho ou filha.
Compre ou faça as cédulas com eles, dando uma quantia específica para gastarem. Leve-os para o mercado e diga que serão responsáveis pela compra do dia, mas o preço total não pode ultrapassar o valor que eles têm em mãos.
Essa prática fará com que exercitem suas mentes, pois os pequenos estarão fazendo cálculos de adição e subtração.
5. Guarde seu dinheiro no cofrinho
Estamos inseridos em um contexto em que existem várias vertentes para o consumismo. Por conta disso, o hábito de guardar dinheiro é um conceito que tem perdido força.
Lembra da recompensa? Ensine aos seus filhos a pouparem parte dessa quantia e estabelecer objetivos para essa ação, podendo envolver a compra de um material escolar, uma peça de roupa ou um passeio.
Você também pode estabelecer a ideia de juros, ou seja, quanto mais eles guardarem, mais eles ganham extra de 1 ou 2 reais por vez.
6. Desenvolva o senso de empatia
Além da responsabilidade com finanças, a educação financeira infantil também pode ajudar a desenvolver o senso de empatia.
Procure instituições que divulguem ações solidárias, escolha alguma com sua filha ou filho e faça doações. Nem sempre envolverá dinheiro, podendo ser campanhas de agasalhos ou brinquedos, mas é essencial para que nossos pequenos cultivem a empatia pelo outro.
Recursos que podem ajudar crianças a entenderem sobre finanças
Abaixo separamos algumas sugestões de jogos e livros que podem auxiliar no ensino sobre finanças.
1. Jogos
Sabemos que aprender brincando é muito mais divertido, portanto, aqui estão algumas opções de jogos para seu pequeno aprender sobre a importância do dinheiro.
- Monster Money (jogo para smartphone);
- Lemonade Stand (jogo online);
- Realidade Virtual com cenários de bancos ou empresas;
- Jogos tabuleiros como o Jogo da Mesada, Banco Imobiliário e Jogo da Vida.
2. Livros
Assim como as brincadeiras, a literatura também é um grande aliado para construção de conhecimento.
- Como se fosse dinheiro — Ruth Rocha;
- Como cuidar do seu dinheiro — Mauricio de Sousa e Thiago Nigro;
- Almanaque Maluquinho: Por que dinheiro? — Ziraldo;
- A formiga que queria ser confeiteira — Paula Andrade
Esperamos que tenha gostado de nossas dicas de como introduzir o ensino na vida de seus filhos e filhas e até a próxima!